quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Projeto em exposição na mostra IMAGEM/CIDADE



O SESC Criciúma, em parceria com a Fundação Cultural de Criciúma, convidam para a abertura da exposição coletiva:


IMAGEM/CIDADE


Abertura: 09/12, às 20h
na Galeria de Arte Octávia Gaidzinski


Artistas participantes: Alexandra Coelho, Alexandre Antunes, Aline Iladi, Ana Clara Picolo, Breno Stern, Cristiane Fassícolo, Daniele Zacarão, Elke Hülse, Eurípedes Conceição Júnior, Henry Goulart, Ieda Topanotti, Joelson Bugila, Jonata Santos, Marcos Keller, Meri Antunes, Neusa Milanez, Rosângela Becker, Vanessa Biff e Vitor Maccari.


Curadoria: Helene Sacco





IMAGEM/CIDADE: multiplicidade e reprodutibilidade

em pontos de reflexão

 

“A questão do tipo de cidade que desejamos é inseparável da
questão do tipo de pessoas que desejamos nos tornar.
A liberdade de fazer e refazer a nós mesmos e a nossas cidades dessa
maneira é, sustento, um dos mais preciosos de todos os direitos humanos.”

David Harvey

O início do século XX ainda carregava a crença no sucesso do capitalismo aliados a tecnologia e industrialização. A famosa Carta de Atenas de 1933, um projeto mundial redigida por Le Corbusier (1887-1965), apontava como deveria ser a cidade moderna. Novas direções para pensar a Arquitetura e o Urbanismo conduziram o sonho dos jovens construtores Modernos, com base em preceitos de “desenvolvimento” e circulação nas cidades, que visavam: habitar, trabalhar e recrear-se. Estava então formado o perfil e o modo de vida dos cidadãos dos dias atuais, que já previa até mesmo qual seria o objeto de desejo desse cidadão: um carro.
O volume de carros nas ruas, o espaço reduzido para pedestres, a aceleração do ritmo da cidade, a degradação ambiental e a ausência de espaços de convívio e lazer, são resultados de um plano que previa, acima de tudo, desenvolvimento e circulação. Assim, como paisagem de cidade optamos por viadutos, túneis, vias de retorno, semáforos, placas de sinalização, estacionamentos, alertas de atenção...Viver na cidade passou a ser um risco, e não possuir um carro parece ser um status de fracasso, pois fazer parte do fluxo tornou-se fundamental.
Muitas vezes sem termos a noção que paisagem é uma construção cultural, eximimo-nos do direito de participar do pensamento sobre a cidade, e, nesta lógica, ignoramos o fato de poder opinar. Abrimos mão do escolher como viver a cidade, e, assim, deixamos de inventá-la dia após dia. Fazendo uso do direito à liberdade de ver, pensar, expor o nosso ponto de vista sob a perspectiva do sujeito urbano, que circula, trabalha e vive a cidade, é que imagens cheias de experiência foram produzidas para essa mostra.
Sendo arte, são imagens carregadas da complexidade da trama que tece o viver e procuram oferecer através da presente exposição uma possibilidade de crítica e de resistência ao mundo atual. Sonhar com uma outra cidade é mais do que nunca uma questão de sobrevivência. Revigorar o uso da utopia através da arte talvez nos ofereça uma resposta ou, quem sabe, nos proporcione mais esperança.
Sem pretender mudar o mundo, mas reagindo a ele, esse grupo tenta dar visibilidade às questões já banalizadas pelo viver urbano, abrindo uma fenda breve, uma nova imagem. São múltiplas as formas de acessar esse imaginário da cidade, tal o modo rizomático em que ela se “organiza”, para isso decidimos que também seria relevante tornar múltipla a forma de acesso a essa produção. Propomos, então, uma edição que cria uma experiência entre trabalho artístico e público, que vai para além da exposição em galeria, através da reprodutibilidade dessas imagens. Cada trabalho aqui exposto foi reproduzido para ser levado e colecionado pelo público e, assim, criar onde todos vivemos uma demarcação crítica, um ponto de reflexão.            
                                                                                                                                                 

 


Helene Sacco
Doutoranda do PPGAV/UFRGS


Visitação até 10 de fevereiro de 2012.


Galeria de Arte Octávia Gaidzinski
Centro Cultural Santos Guglielmi (Teatro Elias Angeloni)
Av. Santos Dumont, s/n°- Criciúma/SC





Realização:


SESC


Apoio:


Fundação Cultural de Criciúma


Governo do Município de Criciúma


Kasburg & Vargas


Vitivinícola Urussanga
 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Convite para participação na mesa redonda na 2º Semana de Ciência e Tecnologia

Recebi um convite para partipar com minha pesquisa na mesa redonda de tema: A pesquisa científica na perspectiva da educação estética, infelizmente não poderei compor a mesa pois será na mesma hora da sessão arte de comunicação oral a qual já irei participar.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

2º Semana de Ciência e Tecnologia


Estarei participando da 2º Semana de Ciência e Tecnologia na UNESC na sessão arte de comunicação oral com a minha pesquisa: Intervenção Urbana e o espaço da arte na cidade de Criciúma/SC: olhares, perspectivas e (im)posições.  Será no dia 10 de novembro de 2011, no bloco XXI B, sala 3.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Apresentação para 5º fase de Artes Visuais

Fui convidada para apresentar minha pesquisa à 5º fase de Artes Visuais Bacharelado na disciplina de Performance e Intervenção nos dias 19 e 20 de outubro de 2011, no bloco Z, sala 12.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Resposta do artista para matéria "Transtornos da poluição visual¨


Hoje o artista Joelson Bugila se pronunciou ao engeplus, à respeito da matéria vinculada no dia de ontem Transtornos da poluisão visual cuja sua intervenção faz referência. Leia aqui a resposta do artista.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Matéria "Transtornos da poluição visual" no site Engeplus


Hoje saiu no Engeplus uma matéria a respeito da poluição visual reforçando a ação da Fundação de Meio Ambiente de Criciúma contra os atos de poluição na cidade, fazendo referência a intervenção urbana de Bugila. Leia aqui a noticia.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ARTISTA PLÁSTICO JOELSON BUGILA VENCE CONCURSO “HOMOFOBIA FORA DE MODA”

Durante a 29ª Casa de Criadores, que aconteceu entre os dias 08, 09 e 10 de junho no Museu Afro Brasil, em São Paulo, foram eleitos os 3 primeiros colocados do concurso Homofobia Fora de Moda. A imagem escolhida pelo juri foi a do artista plástico gaúcho Joelson Bugila, de Porto Alegre-RS. Em segundo lugar, ficou a proposta de Paulo Geraldo Guedes Machado, de São Paulo-SP e em terceiro, Murillo Chibana, de Santo André-SP. O concurso, promovido numa parceria entre a Casa de Criadores, o Governo de São Paulo (Secretaria de Estado da Cultura – Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias – ACGE) e a Prefeitura de São Paulo (Secretaria Municipal de Participação e Parceria – Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual – CADS) iria premiar as três melhores propostas de camisetas feitas sob o tema “Homofobia Fora de Moda”. O primeiro colocado ganha um prêmio de R$ 2.500,00 em dinheiro e um estágio na marca Cavalera. O segundo leva R$ 1.500,00 e o terceiro R$ 1.000,00. Fonte: Casa de criadores

segunda-feira, 6 de junho de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Quarta ação de intervenção na cidade

12° alvo: Fundos da Fundação Cultural de Criciúma



13° alvo: R. 6 de Janeiro (Centro)


14° alvo: R. 6 de Janeiro (Centro)




15° alvo: Av. Centenário (Centro)



16° alvo: Av. Centenário (Perto do Terminal Central)



17° alvo: Av. Centenário (Descida para Terminal Central)

sábado, 30 de abril de 2011

Terceira ação de intervenção na cidade

9° alvo: R. Papa Pio XII (esquina Av. Centenário - Santa Bárbara)




10° alvo: Av. Centenário (ao lado Pitmotel)





11° alvo: Av. Centenário (Antigo Posto de Gasolina)



12° alvo: R. Conego Miguel Giacca (Centro)


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Intervenção de cartaz de evento hip hop

Por meio de uma amiga soube que haviam colado um cartaz de evento de hip hop em cima da intervenção. Conforme a foto:






Andando pela cidade, percebi que os cartazes deste evento, estavam sendo colados sob pixações e grafismos. Não sei se a intenção era exatamente essa, já que pixação por vezes é associada a cultura do hip hop. Mas que fique de registro!





Aproveito também para divulgar meu projeto artistico fotográfico sob esta prática de depredação na cidade. Projeto Depredação Poética



domingo, 24 de abril de 2011

Segunda ação de intervenção na cidade

É domingo de páscoa, decidi prosseguir com a intervenção na cidade, todas as inserções ocorreram no período da tarde, não encontrei nenhum problema.
Enquanto estava intervindo na cidade com os novos cartazes, além de muitos olhares curiosos, algumas pessoas vieram me perguntar o que era aquilo.
Este senhor na foto abaixo, inclusive, depois de ter entendido a intenção, afirmou: “isso mesmo, tem que trazer cultura para nossa praça.”
Outro cidadão também deu apoio: “Isso mesmo, boa campanha!”
Outras pessoas, no entanto, nada falaram, só passaram observando e algumas até buzinaram, no decorrer da ação.

5° alvo: Praça do Congresso






6° alvo: R. Marechal Deodoro (ao lado do Angeloni)







7° alvo: R. Felipe Schimit (WEG)







8° alvo: R. Felipe Schimit (WEG)


sábado, 23 de abril de 2011

Alguns registros das intervenções

O sábado amanheceu chuvoso, no meu twitter pessoal já havia sinais de que a intervenção estava sendo vista.





Hoje, o comércio era aberto a tarde, então fui dar uma conferida nas obras, já que o tempo pela manhã era de chuva, e as folhas, bem como a impressão eram frágeis, como já relatadas aqui




Esses são os registros que fiz:

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Primeira ação de intervenção na cidade

É sexta-feira santa, feriado, o tempo não estava favorável, relâmpagos e chuva cobriam a cidade. Com a ajuda de Welton José de Souza e munida de maquina fotográfica, um tripé, cola feita a partir de água e farinha de trigo, duas trinchas e alguns cartazes saímos rumo ao centro da cidade, a noite, em torno das 22h, com o objetivo de inserir a intervenção, pelo menos em alguns pontos, já que sábado o comércio de Criciúma seria aberto todo o dia.






1° alvo: Antigo Besc









A chuva felizmente havia nos dado uma trégua, escolhi o antigo Besc para ser o primeiro alvo, talvez por ser o lugar mais central, de boa visibilidade e também por ser um prédio público, que está inutilizado.



Apesar da constante ameaça de sermos abordados pela policia local, já que próximo, na praça Nereu Ramos, há um posto da policia militar, a operação ocorreu tranquilamente e foi bem sucedida.






2° alvo: Rua Henrique Lage (ao lado Polimarcas)








Há sem dúvidas outros lugares que beiram a praça Nereu Ramos, que talvez seriam mais interessantes e visíveis para uma primeira intervenção na cidade, mas os locais, as paredes, compunham vitrines de lojas, então escolhi partir para a Rua Henrique Lage, ao lado da polimarcas, uma viela, já composta por algumas pixações.



A operação ocorreu tranquilamente, e foi bem sucedida.






3° alvo: Rua Henrique Lage (porta ao lado da Backdoor)








A poucos metros dali, avistei outro alvo, uma porta.



Nesta operação, quando estávamos organizando nosso material de trabalho no chão e colocando a maquina em seu tripé, uma viatura do GRT passou pelo local lentamente.


Não intimidados, prosseguimos com a colocação dos cartazes. A operação ocorreu com adrenalina mas foi bem sucedida.






4° alvo: Av. Centenário, Próspera (antigo Rafael Zanette)











Já beirava as 11:00 da noite, quando decidimos partir para o quarto alvo, que seria o do terminal central, porém um erro de trânsito e ruas foi nos levar até a próspera, na Av. Centenário.



Ao redor desta havia faixas de proteção, ultrapassamos estas para adentrar no local.



No final da operação, percebi uma viatura, ela estava com a sirene apagada e parada a poucos metros dali, agimos normalmente recolhendo nosso material e evadindo do local, permanecendo conversando ao lado de nosso carro. Após isso, ela passou lentamente em nosso lado, ainda com a sirene apagada. Então percebemos que poderia ser a mesma viatura do ultimo alvo, pois era o mesmo carro.



Ela prosseguiu entrando na Av. Centenário, então guardamos todo o equipamento, até que me lembrei da maquina que ainda estava lá sob o tripé, rapidamente tentei filmar a viatura, mas ela já havia pego a Av. Centenário sentido centro.



Após esse ocorrido, já era 11:30 então decidimos parar com a intervenção neste dia. Dando continuidade no sábado.




Fazendo cola de farinha

Para colar os cartazes pela cidade, para diminuir os custos, fiz a cola caseira de farinha de trigo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Impressão dos cartazes

Hoje foi um dia de testes, após muitas tentativas, estou com as artes em mãos. O material é do mesmo tamanho da intervenção do Bugila, porém difere no quesito qualidade, já que ele é bem frágil, tanto a tinta quando o papel, mas através dos contatos do meu pai, consegui de graça, então não posso reclamar.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Presidente da FCC não assina a carta

Entrei em contato com secretária de Sérgio Zapellini, infelizmente ele não assinou a autorização, o motivo alegado foi que como a minha intervenção seria colocada sobre a do Joelson e tendo em vista que ele havia colado algumas das obras em lugares de propriedade privada, ele não poderia assim assinar a carta autorizando essa nova ação. Mesmo falando que não colocaria em todos os lugares, não houve uma autorização formal.

Em contato com meu orientador Marcelo Feldhaus, concordo com ele quando ele diz em um de nossos emails:

Isso me preocupa e me faz questionar: como exigir da população um olhar/compreensão/respeito a uma ação de arte se os gestores não tem clareza das reais dimensões conceituais que a arte contemporânea, em específico a arte urbana provoca no sujeito espectador. Mas... tudo bem. Penso que mesmo sem assinatura precisamos promover a ação correndo alguns riscos.


A cidade precisa refletir a respeito disso, já que o artista propositor aceita que eu interfiro no seu trabalho, colando outro em cima, e a Fundação Cultural, que de inicio abrigou essa exposição tem dúvidas sobre a proposição.

Decido então, em comunhão com meu orientador, prosseguir com a nova intervenção na cidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Contato com Presidente da Fundação Cultural de Criciúma

Hoje fui até a Fundação Cultural conversar com Sérgio Zapellini, presidente da Fundação Cultural de Criciúma, a respeito do ocorrido, munida de uma carta de apresentação/autorização apresentei a idéia da pesquisa e da nova proposta de intervenção no intuito de conseguir apoio e autorização por parte da Fundação Cultural, já que é o orgão gestor das atividades artísticas do município.

Durante toda a conversa o mesmo afirmou ter sido a favor da intervenção de Joelson Bugila na cidade, porém ficou na duvida em assinar o termo a carta de apresentação/autorização, falando que irá verificar e me dar retorno na próxima semana.

Aproveitei a ocasião para trocar umas idéias e conseguir mais informações com a Daniela Zacarão, coordenadora da Galeria de Arte Contemporânea da Fundação Cultural que muito tem me ajudado nesta trajetória.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Mapeamento da intervenção de Joelson Bugila

É realizado um acompanhamento e mapeamento dos locais que receberam a intervenção de Joelson Bugila.

Acompanhe no mapa: CLIQUE AQUI

terça-feira, 29 de março de 2011

Contato com o artista

Hoje, realizei contato com o artista Joelson Bugila, apresentando a idéia da pesquisa e proposta de nova intervenção urbana, pedindo sua autorização para realização desta que dialogará com a sua intervenção e as suas implicações por ela levantadas.





A proposta foi aceita e autorizada.





Na sequência segue algumas questões por ele respondidas.


Muitas obras foram alvo de depredação, em sua opinião como proponente desta intervenção, o que mais incomodou a população, o fato da obra ter a temática homossexual, o fato de colares em “lugares impróprios”, ou pela quantidade que foi colada?

Acredito que por todas as questões.
A questão temática homossexual estava muito tímida, por se tratar de ilustrações lúdicas e não por não conter informação de texto. O fato de colar em lugares impróprios não é o fato de grande revolta, mais o que de certa forma incomoda é que pratiquei esta ação em pleno dia, pois se fosse a noite, não seria muito vista. A quantidade também tem um peso muito importante, pois foram muitos cartazes pela cidade, e o que é de grande volume, por se tratar de um "manifesto" incomoda também.
A incomodação vem de uma questão de desenvolvimento social e cultural, de uma cidade que não tem tal liberdade ainda para serem aceitas. O racismo, o bullying, e a homofobia é muito mais presente, pela falta de pesamentos "livres" e de aceitação de um povo.


Próprios setores do Poder Público se mostraram contra a essa manifestação, por poluir o espaço urbano, ordenando que fossem retirados todos os cartazes. Por infringir a lei municipal Nº1193 de 1 de outubro de 1975, onde no Art. 24 - É proibido, nas zonas urbanas, sob pena de multa:
d) - colar cartazes, ou fazerqualquer outra espécie de propaganda comercial, nas paredes dos prédios, muros, cercas, postes, árvores, estátuas e monumentos, sem prévia licença de seus proprietários e autorização de Municipalidade, desde que preencham as condições legais exigidas para tal fim;

Você já realizou outras ações de intervenções como esta, como é o caso do Escute a Cidade, intervenção inclusive que já realizada por diversas outras cidades. Você encontrou este problema? Já apagaram/retiraram alguma obra sua?

Bem, sobre a lei, eu concordo plenamente, mas ela é válida para somentes em espécie de propaganda comercial, é o caso de São Paulo suspender todos os outdoors e placas com campanhas comerciais. Já pensou se todas as marcas tinham a liberdade de colar seus anúncios em todos os lugares da cidade?
Meu trabalho de intervenção ele é totalmente efêmero, quando trabalhamos o efêmero, estamos sujeitos a qualquer intervenção de outro ser sobre o mesmo; o tempo é a nossa única certeza de permanencia de uma intervenção. Até agora não encontrei problema nenhum, não fui barrado por alguém, nem policiais.
Tem um fato curioso, que ninguém determina o lugar para fazer tal manifestação, desde que não agredimos a questão social, ambiental, a questão ética. Como por exemplo, manifestações de um grupo sobre algum fato ocorrido na sociedade, tarifas altas, salários baixos, política...entre muitas outras questões. Tem uma lei federal que não lembro qual é, que defende estas manifestações.


A procura de leis municipais que viabilizassem a ação, descaracterizando-a da intenção de depredação e poluição ambiental, encontrei a Lei Municipal Nº 4.538 de 23 de Outubro de 2003 que conforme Art. 10. A exibição de anúncios com finalidade educativa e cultural são permitidas. Você não crê que manifestações como essa são uma forma de manifestação cultural e de educar o cidadão? Na cidade de criciúma nunca ouve manifestação urbana como essa, qual a importância, que você como artista, vê nesta ação? Que funções a arte urbana pode exercer diretamente na sociedade?


Certamente. Quando se trata de artes visuais, ela tem poesia e fundamentos. No meu caso, foi educativa, pois foi uma intervenção para mostrar as pessoas que todos temos direitos de ser feliz, ir e vir. Por que não? Qual é o problema de casais gays se apaixoranem e construir uma família? (um dos exemplos de direitos humanos)
Hoje no mundo todo, existem as transgressão. O que é transgressão?
Buscando dar uma concretude ao conceito, podemos dizer que transgressão acontece no ato de inventar novas lógicas, abertas e mutantes, de acordo com os encontros que a ela surgem. Dessa forma, a transgressão é um ato aberto para a participação e colaboração, no sentido de que ela própria, para existir, precisa ser abastecida de outras formas de vida. Sozinha ela fica vazia.
Quem foi transgressor no mundo até hoje?
Pontuar algumas situações:
Na moda, a Chanel, em criar vestimentas masculinas para a mulher. Quando o mundo iria imaginar uma mulher com roupa de homem? Na música, Madona, Ney Mato Grosso, grandes transgressores em modo de apresentar suas performances e fazer música. Na fotografia, americano Spencer Tunick, onde fotografa milhares de pessoas nuas em pleno espaço público. Nas artes plásticas, artistas pintando com seu próprio sangue, esperma....O brinco para meninos, tatuagens, piercings, saia para meninos. E ainda hoje está em processo de transgressão é a homosexualidade.
Meu trabalho em criciúma foi uma transgressão, pois ele ultrapassou o limite de pensamento das pessoas, questionou, fez perguntas, e instigou muitas coisas. A transgreção ela acontece em processo, aceitação, e estamos nesse caminho, de aceitar para continuar transgredindo.
Que funções a arte urbana pode exercer diretamente na sociedade?
A arte urbana é democrática. Ela é feita para todas as pessoas, a rua/cidade é uma galeria de arte pública. Quando se produz um trabalho na rua, esta tornou-se sem dono, ou seja, pública, no conceito cidade. Arte urbana faz as pessoas pensarem na cidade, como somos e vivemos, é um jeito de passar uma mensagem a todos, sendo, através de uma apropriação estética ou uma ação contemporânea.

segunda-feira, 21 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

De olho na legislação

Existem de fato algumas leis na Constituição brasileira de 1988 que defende a liberdade de expressão e a democracia, como:









Art. 5º [...] IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença [...]
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.








Em contato com a FUNARTE, Instituição de apoio e fomento à arte vinculada ao Ministério da Cultura, via email, Alisson R. de Almeida Viegas, chefe de serviço, informa porém que a utilização do espaço público é, em regra, objeto de legislação municipal, nos termos da seguinte manifestação do Coordenador de Normas e Assessoramento, Dr. Osíris Vargas Pellanda, coloca:









“Não se identifica legislação federal que, diretamente, se aplique ao caso. Portanto, sugere-se a busca desta regulamentação na legislação do próprio município de Criciúma, ou, alternativamente, na legislação do Estado de Santa Catarina. Normalmente este tema é objeto de legislação municipal, que regulamenta concessões, permissões, autorizações e alvarás para utilização de espaços urbanos.”







Pesquisando leis municipais que viabilizassem esta ação, me deparo com a Lei Municipal Nº 4.538 de 23 de Outubro de 2003:









Art. 10. A exibição de anúncios com finalidade educativa e cultural, bem como os de propaganda política de partidos e candidatos, regularmente inscritos no Tribunal Regional Eleitoral – TRE, será permitida, respeitadas as normas próprias que regulam a matéria.







Em contato com a Procuradoria do Municipio sob esta referente lei, a resposta que obtive, foi que isso competia a FCC.



O que não resolve este impasse.




De fato não há nenhuma lei ou projeto, que regulamente a utilização do espaço público pelo artista. Afinal se considerarmos que as obras têm finalidade de exposição nos espaços abertos, públicos, além do artista produzindo o trabalho, cabe aos gestores e/ou às instituições licenciar o espaço público para o uso do artista.


Embora a intervenção, por sua própria natureza, tenha um caráter subversivo, atualmente é tida como legítima manifestação artística, em algumas cidades muitas vezes incentivadas pelo Poder Público, cito o caso de Uberlândia (MG) que abre suas inscrições para a terceira edição do “Projeto Arte Urbana Móvel – 2011” .



Não há nenhuma regulamentação, nenhum projeto que viabilize esta ação, o que nos leva crer que em Criciúma não é permitido qualquer tipo de intervenção seja qual for sua natureza. Quem deseja realizar alguma arte, que ultrapasse os espaços institucionalizados, irá encontrar alguns entraves, pois não há lei ou projeto que libere, apoie ou regulamente.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Intervenção poluindo a cidade?

Com base nas informações recebidas pela coordenadora da Galeria de Arte Contemporânea da Fundação Cultural, houve manifestações contra a colocação desses cartazes na cidade, alegando que os mesmos estavam poluindo o espaço urbano.


Ela conta que uma pessoa ligada à própria Fundação, mostrou-se indignada por tal ação, levando inclusive o fechamento da galeria na manhã do dia 17 de março de 2011, dia posterior a abertura da exposição.


Segundo a mesma, muitos cartazes foram retirados por ação desta pessoa, alegando que a intervenção artística havia infringindo a Lei Nº 1.193 , de 1º de outubro de 1975, que institui o Código de Posturas do Município de Criciúma e dá outras providências, onde conforme:


Art. 24 - É proibido, nas zonas urbanas, sob pena de multa:

d) - colar cartazes, ou fazer qualquer outra espécie de propaganda comercial, nas paredes dos prédios, muros, cercas, postes, árvores, estátuas e monumentos, sem prévia licença de seus proprietários e autorização de Municipalidade, desde que preencham as condições legais exigidas para tal fim;


A Fundação Municipal de Meio Ambiente (FAMCRI) teria inclusive ordenado a retirada dos cartazes.


Porém ao dar uma rápida conferida na cidade, é possível perceber uma publicidade massiva de cartazes e anúncios de eventos, que se utilizam do mesmo suporte.





Se a proliferação de cartazes é inimiga da estética urbana, como quer algumas pessoas, a restrição à sua colocação deveria ser preocupação prioritária de uma lei que pretenda impedir a poluição visual como um todo, aplicada a tudo aquilo que inflige a determinada lei.

Porém a intervenção por ser uma manifestação artística e não de cunho publicitário, e a fundação por tratar de questões culturais e artísticas na cidade de Criciúma e por ser um órgão público do município, me leva a questionar se ela não seria a autorização de municipalidade a que se refere este artigo desta presente lei?



Um fator importante a ser levado em conta, é que muitos anúncios de eventos colados pela cidade, que são apoiados pela fundação, levam, inclusive, o logotipo da mesma. Porque nada se faz a respeito dessa ação?




(clique para aumentar a imagem)

A Galeria de Arte da FCC amanhece fechada

Hoje, 17 de março de 2011, dia posterior da abertura da exposição referente, a galeria de arte da FCC amanhece fechada.


E muitos cartazes são arrancados...

quarta-feira, 16 de março de 2011

O começo - Abertura da exposição "BUUU!"


Tudo começou quando o artista Joelson Bugila*, com apoio da Galeria de Arte Contemporânea da Fundação Cultural de Criciúma realizou uma intervenção artística urbana na cidade que refletia questões a cerca do homossexualismo e que compôs a sua exposição intitulada "BUUU! exposta de 16 de março a 29 de abril de 2011.
A intervenção ocorreu nas ruas centrais da cidade, sendo cerca de 500 cartazes que atuaram como dispositivos de comunicação, que se distinguiam em dois modelos diferentes, de dimensão A0, colados em muros, postes, tapumes, paredes entre outros.



*Ilustrador, designer e artista plástico, Bugila é natural de Criciúma (SC), vive e trabalha em Porto Alegre (RS). A partir das intervenções na cidade o artista realiza pinturas e instalações valendo-se de materiais como o estêncil, colagens, desenhos a grafite e pinturas em acrílico, aplicados em outras superfícies como telas, papéis, caixas de leite, camisetas ou paredes de galerias. Já realizou exposições pelo Brasil, e conta com projetos artísticos em Paris, Londres, Santa Catarina, Porto Alegre, Montevideo, Buenos Aires e São Paulo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Do que se trata?





Numa cidade onde não se sabe mais o que é público, o que é privado, fomos alienados do espaço público que, na verdade, é um espaço de guerra. Quando o espaço público está em crise, é preciso pensar que tipo de intervenção pode ajudar a nos relacionarmos com essa cidade contemporânea. (SANTANA, 2009, p.228)



O PROJETO REFLITA - Uma intervenção poética urbana se trata de uma proposta artística sugerida a partir do meu trabalho de conclusão do curso Artes Visuais – Bacharelado, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), que buscou analisar as implicações e conseqüências que acontecem a uma arte que cruza suas fronteiras em direção ao espaço urbano na cidade de Criciúma (SC), para pensar a vida da obra no espaço urbano das cidades e seus acontecimentos insólitos, a presente produção, que se caracteriza como intervenção de arte urbana, propõe uma resposta a essas questões levantadas a partir da primeira intervenção que ocorreu no espaço urbano de Criciúma: “Buuu!!" de Joelson Bugila.

A obra é fundamentada a partir da pesquisa que registra essas experiências de interferências urbana, analisa a apropriação dos espaços da cidade, visando compreender em que medida a Cidade de Criciúma reconhece e manifesta-se em relação a intervenção pública de arte urbana e sugere questões como a investigação do atual uso do espaço urbano como ambiente produtor de fenômenos comunicacionais.

Acompanhe todos os fatos que culminaram nessa produção artistica, bem como sua trajetória em: Diário de Artista






"Desejamos uma expansão da arte, uma ampliação de seu campo de ação e sobretudo alcançar uma audiência maior através de áreas de comunicação." (autor desconhecido)







Vanessa Biff