O SESC Criciúma, em parceria com a Fundação Cultural de Criciúma, convidam para a abertura da exposição coletiva:
IMAGEM/CIDADE
Abertura: 09/12, às 20h
na Galeria de Arte Octávia Gaidzinski
Artistas participantes: Alexandra Coelho, Alexandre Antunes, Aline Iladi, Ana Clara Picolo, Breno Stern, Cristiane Fassícolo, Daniele Zacarão, Elke Hülse, Eurípedes Conceição Júnior, Henry Goulart, Ieda Topanotti, Joelson Bugila, Jonata Santos, Marcos Keller, Meri Antunes, Neusa Milanez, Rosângela Becker, Vanessa Biff e Vitor Maccari.
Curadoria: Helene Sacco
IMAGEM/CIDADE: multiplicidade e reprodutibilidade
em pontos de reflexão
“A questão do tipo de cidade que desejamos é inseparável da
questão do tipo de pessoas que desejamos nos tornar.
A liberdade de fazer e refazer a nós mesmos e a nossas cidades dessa
maneira é, sustento, um dos mais preciosos de todos os direitos humanos.”
David Harvey
O início do século XX ainda carregava a crença no sucesso do capitalismo aliados a tecnologia e industrialização. A famosa Carta de Atenas de 1933, um projeto mundial redigida por Le Corbusier (1887-1965), apontava como deveria ser a cidade moderna. Novas direções para pensar a Arquitetura e o Urbanismo conduziram o sonho dos jovens construtores Modernos, com base em preceitos de “desenvolvimento” e circulação nas cidades, que visavam: habitar, trabalhar e recrear-se. Estava então formado o perfil e o modo de vida dos cidadãos dos dias atuais, que já previa até mesmo qual seria o objeto de desejo desse cidadão: um carro.
O volume de carros nas ruas, o espaço reduzido para pedestres, a aceleração do ritmo da cidade, a degradação ambiental e a ausência de espaços de convívio e lazer, são resultados de um plano que previa, acima de tudo, desenvolvimento e circulação. Assim, como paisagem de cidade optamos por viadutos, túneis, vias de retorno, semáforos, placas de sinalização, estacionamentos, alertas de atenção...Viver na cidade passou a ser um risco, e não possuir um carro parece ser um status de fracasso, pois fazer parte do fluxo tornou-se fundamental.
Muitas vezes sem termos a noção que paisagem é uma construção cultural, eximimo-nos do direito de participar do pensamento sobre a cidade, e, nesta lógica, ignoramos o fato de poder opinar. Abrimos mão do escolher como viver a cidade, e, assim, deixamos de inventá-la dia após dia. Fazendo uso do direito à liberdade de ver, pensar, expor o nosso ponto de vista sob a perspectiva do sujeito urbano, que circula, trabalha e vive a cidade, é que imagens cheias de experiência foram produzidas para essa mostra.
Sendo arte, são imagens carregadas da complexidade da trama que tece o viver e procuram oferecer através da presente exposição uma possibilidade de crítica e de resistência ao mundo atual. Sonhar com uma outra cidade é mais do que nunca uma questão de sobrevivência. Revigorar o uso da utopia através da arte talvez nos ofereça uma resposta ou, quem sabe, nos proporcione mais esperança.
Sem pretender mudar o mundo, mas reagindo a ele, esse grupo tenta dar visibilidade às questões já banalizadas pelo viver urbano, abrindo uma fenda breve, uma nova imagem. São múltiplas as formas de acessar esse imaginário da cidade, tal o modo rizomático em que ela se “organiza”, para isso decidimos que também seria relevante tornar múltipla a forma de acesso a essa produção. Propomos, então, uma edição que cria uma experiência entre trabalho artístico e público, que vai para além da exposição em galeria, através da reprodutibilidade dessas imagens. Cada trabalho aqui exposto foi reproduzido para ser levado e colecionado pelo público e, assim, criar onde todos vivemos uma demarcação crítica, um ponto de reflexão.
Helene Sacco
Doutoranda do PPGAV/UFRGS
Visitação até 10 de fevereiro de 2012.
Galeria de Arte Octávia Gaidzinski
Centro Cultural Santos Guglielmi (Teatro Elias Angeloni)
Av. Santos Dumont, s/n°- Criciúma/SC
Realização:
SESC
Apoio:
Fundação Cultural de Criciúma
Governo do Município de Criciúma
Kasburg & Vargas
Vitivinícola Urussanga